Responsabilidade empresarial nas eleições


Em meio a tantas manifestações e escândalos expostos na mídia compondo o cenário político no Brasil, chegou a hora de refletir sobre os rumos da nossa democracia e a responsabilidade que a sociedade civil, governo e empresas desempenham no período eleitoral.

Desde o ano passado, os debates acerca dos rumos que as instituições políticas estão traçando tornaram-se pautas constantes, sejam em conversas corriqueiras, na Internet ou mesmo em organizações da sociedade civil.  Insatisfações sociais eclodiram em todo o país e a nossa democracia clama por medidas urgentes.

O “Gigante acordou”, expressão que surgiu em 2013, revelou o clima de perplexidade da sociedade durante as grandes manifestações nacionais. Acabou se configurando como mote de muitos e virou referência de uma sociedade disposta a enfrentar um dos maiores desafios para a construção de um país desenvolvido e socialmente justo: a corrupção. 

Diante dessa realidade, reserva-se ao setor empresarial  um importante papel no processo eleitoral, como ator político e corresponsável na busca pelo desenvolvimento sustentável do país. Deve se portar de forma ética e legal  ao não apoiar seja  economicamente ou nas urnas, candidatos que não atuam no interesse público.Tais candidatos, após eleitos, devem pautar sua atuação sob a égide dos sólidos princípios democráticos que é a mais legítima forma de cumprir,  com fidelidade e sem desvios, o modelo republicano de organização do estado brasileiro. República vem do latim e significa coisa pública.

Hoje, as empresas são importantes  financiadoras de campanhas políticas no país  podendo legalmente  contribuir com até 2% do faturamento referente ao último ano fiscal. Além disso, a contribuição deve ser feita ao partido político ou diretamente ao candidato., Tudo sob a fiscalização do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Há alguns anos, organizações como o Instituto Ethos de Responsabilidade Social e o Pensamento Nacional das Bases Empresariais (PNBE) desenvolvem uma série de iniciativas para mobilizar e conscientizar o empresariado brasileiro. Em âmbito mundial, a Organização das Nações Unidas (ONU) e o Fórum Econômico Mundial também têm iniciativas semelhantes.

Além do apoio econômico às campanhas, não podemos relegar outra atividade importante das empresas como referência e agente multiplicador do voto consciente entre funcionários, clientes, fornecedores e na comunidade em que atuam. Passando a protagonizar de forma mais ampla o conceito de sustentabilidade “em deixar como legado maior um mundo melhor para as próximas gerações”. Essa talvez seja uma das maiores responsabilidades das empresas e dos empresários em geral para fortalecer a democracia e contribuir para que os eleitos cumpram os compromissos de fidelidade assumidos em campanha respeitando aos legítimos direitos de todos os cidadãos e assim proporcionar um governo justo ao país.

Afinal de contas, como dizem os entendidos: “Política é igual tempero. Você participa da elaboração ou tem que engolir o preparado pelos outros”.