“O mundo real vai acabar em 2015” – Frase de Palmer Lucker, 20 anos, sobre o Oculus Rift, gadget por ele inventado,que pode mudar a realidade como percebemos.
Até alguns meses atrás, o Oculus Rift era um mero projeto com grandes ambições procurando financiamento. A ideia era muito simples: conseguir a almejada realidade virtual, até então vista em futuros muito distantes na ficção científica.
A arrecadação não só deu muito certo, como foi adquirido pelo gigantesco Facebook. Mas no que a rede social de Mark Zuckenberg iria se beneficiar com um invento voltado para a realidade aumentada? As consequências reais nós veremos apenas num futuro breve. Ainda assim, já é possível observar como as novas tecnologias estão mudando gradativamente a forma como enxergamos o mundo.
Para ilustrar, um exemplo bem simples: vá para a praça de alimentação de um shopping e deixe de lado por alguns minutos o seu fastfood, desculpe - smartphone. Repare que o cenário a sua volta é formado por várias pessoas (pra não dizer a maioria) de cabeça baixa, com fones de ouvido, fazendo todo tipo de atividade em seu smartphone: jogando games, acessando e-mails, redes sociais, etc.
O comportamento é totalmente justificável, apesar de não condizer com a ideia original do Smartphone que seria compilar diversos serviços existentes em computadores e integrar aos celulares, transformando-os em pequenos computadores de bolso. Entretanto, com serviços como Skype e WhatsApp disponíveis, trocar informações se transformou em um fenômeno prático, rápido, mais econômico e divertido.
Estes são apenas pequenos exemplos do uso da tecnologia no dia a dia e as mudanças provocadas no comportamento das pessoas. Sem contar a influência das redes sociais, a impressora 3D que permite a criação de inventos até então impraticáveis para a maioria das pessoas e, por último, a presença do já mencionado Oculus Rift, bem como de projetos similares de realidade aumentada.
Vivemos uma época em que a imersão na tecnologia nos aproxima cada vez mais do virtual, provocando um certo afastamento do mundo real. A questão é: quais as consequências reais destas mudanças?
O que o futuro reserva?
Uma demanda muito nítida nos dias de hoje é a necessidade intensa de tempo ocioso. Com melhores conexões, a comunicação se amplia e demandas são atendidas com mais facilidade. O fluxo de informação aumenta, estimulando as pessoas a ficarem mais tempo conectadas.
A ideia de ociosidade vai por água abaixo. As pessoas começam a sentir a necessidade de estarem sempre conectadas e informadas. Surgem as doenças modernas, como a nomofobia, angústia causada pela impossibilidade de usar o smartphone.
Por outro lado, esta mesma conectividade aproxima as pessoas rompendo as barreiras de tempo e de espaço. Laços profissionais ou de amizade são construídos virtualmente. O conhecimento é tomado pela acessibilidade plena e pessoas visitam museus famosos sem sair da sala ou participam dos mais diversos cursos em qualquer parte do mundo. Surgem novas profissões e produtos inimagináveis são criados, num piscar de olhos, em um mercado totalmente globalizado.
Mesmo assim, ainda é não possível predizer qual será o futuro exato que a tecnologia proporcionará ao público. Vemos bons e maus exemplos no uso da rede, ao mesmo tempo em que a percepção de mundo dilui as diferenças entre o real e o virtual. Analisando de forma sensata, a resposta dependerá exclusivamente de como as pessoas farão uso da tecnologia.
Vejamos o exemplo do físico teórico britânico Stephen Hawking, em uma entrevista à BBC, disse que esta tecnologia pode evoluir rapidamente e superar a humanidade, um cenário citado em filmes de ficção científica como "O Exterminador do Futuro" e "Blade Runner". "As formas primitivas da inteligência artificial que já temos demonstraram ser muito úteis. Mas acredito que o completo desenvolvimento da inteligência artificial pode significar o fim da raça humana", disse o professor em uma entrevista à BBC transmitida na terça-feira, 02 de dezembro. E olha que isto não impede que ele, que está em uma cadeira de rodas por culpa de uma esclerose lateral amiotrófica, uma doença degenerativa, e que fala com a ajuda de um sintetizador de voz, seja um entusiasta das modernas tecnologias de comunicação.