Pregar as práticas da ESG sem de fato tê-las como estratégia da empresa não é algo que irá gerar valor para o negócio. Quando o foco da empresa é a geração de valor e não apenas a promoção de marketing, no momento de avaliação e regulamentação, as práticas de ESG serão consideradas como um ativo da instituição, melhorando efetivamente a avaliação da companhia. Ou seja, não basta adotar o discurso da ESG, é preciso também demonstrar a sua prática!
Esse movimento indica que as organizações precisam ser lucrativas, porém de forma sustentável, preservando não somente a sua continuidade como negócio rentável, mas também a saúde e estabilidade do ecossistema e comunidade nos quais estão inseridas.
No caso da governança, isso significa que as organizações precisam contar com políticas de administração transparentes. É necessário agir com honestidade com clientes, fornecedores, colaboradores, empresas e demais partes interessadas.
Em outras palavras, a responsabilidade da empresa em relação à sua governança diz respeito ao modo como ocorre sua administração pelos gestores e o respeito a todos os públicos da organização.
Podemos destacar alguns aspectos indicativos de uma boa governança, conectada com as boas práticas do ESG:
Transparência na gestão financeira;
Transparência nos relatórios contábeis;
Política de compliance (conformidade com a lei e a ética);
Gestão de riscos;
Remuneração justa para colaboradores e acionistas.
Embora o ESG traga resultados muito positivos, aplicar os pilares ainda é um grande desafio para grande parte das empresas. Já existe o movimento de mudança, mas assim como aconteceu com a transformação digital, é preciso um período de adaptação.
A agenda ESG não demanda apenas uma mudança de pensamento e de cultura, mas também um trabalho focado em ações efetivas que reduzam os danos ao meio ambiente e melhores aspectos sociais e de governança.
Isso pode causar impactos no âmbito financeiro, de Recursos Humanos (RH), administrativo, comercial, de marketing e até mesmo jurídico da empresa. Dessa forma, é preciso ter paciência e focar em conhecer cada vez mais o ESG, fazendo com que a equipe e a gestão também apoiem a agenda.
Governança, “Compliance” e, mais recentemente, o ESG, já foram bastante usados como peças publicitárias e estratégias de marketing, que jogaram os holofotes numa ou outra iniciativa, ofuscando práticas não sustentáveis no conjunto das operações de empresas (do “green washing” ao “esg washing”). E não se pode, como sociedade, permitir que “esses jogos” continuem.
Precisamos todos colaborar com a construção de programas efetivos de sustentabilidade plena, com respeito a todos os seus fundamentos, com coerência e “verdade”, nos pequenos e nos grandes exemplos, nas decisões e nas escolhas empresariais – em todos os seus movimentos.
Legislações e certificações podem chegar, mas temos que ir bem além delas, para que consigamos construir a efetiva sustentabilidade empresarial plena.