A matriz energética no Brasil parece estar sem forças. Mesmo com a desaceleração da economia brasileira, o setor energético continua com a sua demanda crescente e sinais claros demonstram que o país precisará cada vez mais de energia para atender tanto a população como as indústrias.
As hidrelétricas hoje são responsáveis por 69% da energia gerada no país, mas ficam condicionadas aos níveis dos reservatórios. Em tempos de seca, o jeito é recorrer às termoelétricas que já dão claros sinais de insuficiência para suprir a demanda exigida. As demais fontes correspondem: 10 % são de gás natural, 10% biomassa, 6% derivados do petróleo, 2% nuclear, 2% carvão e 2% eólica.
Potencialmente, o país dispõe de diversas opções para geração de energia limpa. Mas ter potencial não é tudo. Faltam investimentos, programas de incentivo e regulação específica para instalação e comercialização.
Há até quem defenda a expansão de usinas hidrelétricas. No entanto, a maior parte desse potencial se encontra hoje na região amazônica e se depara com as restrições da política socioambiental. Por outro lado, uma alternativa importante são as Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH), com capacidade para serem instaladas em várias partes do país, até na região sul e sudeste, próximas aos principais pontos de transmissão e distribuição, fator que diminuiria os investimentos com essas redes.
Uma alternativa que apresenta avanços é a energia eólica. Dados da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica) demonstram que a energia eólica é forte candidata a ocupar o primeiro lugar na matriz energética brasileira nos próximos 20 anos. Em 2014 os investimentos devem alcançar R$ 23 bilhões e até 2018 a energia dos ventos passará a responder por 6% da energia.
A biomassa também tem suas vantagens, tendo a cana–de–açúcar como principal representante. Nas usinas de álcool e açúcar, 98% da eletricidade é gerada a partir do bagaço da cana, os quais poderiam ser utilizados também em outro setores, principalmente nos meses de estiagem para complementar a demanda que as hidrelétricas não conseguem atender.
Enquanto as alternativas não são postas em práticas, o jeito é apelar para o racionamento. Mas as frequentes experiências demonstram que se o Brasil utilizar todas as suas potenciais fontes de geração de energia disponíveis, não será necessário temer os apagões. Para isso, bastam planejamento e disposição política para mudar essa realidade.
Dados Aneel , Abeólica