Como anda a nossa educação


Esses dias, li uma matéria que me chamou atenção. Estudantes universitários ou recém-formados estão com dificuldades para buscar uma colocação no mercado de trabalho.


Engana-se quem acredita que o problema é a falta de habilidade para ocupar um cargo, desenvolver tarefas específicas ou lidar com ferramentas tecnológicas. Esses pré-requisitos, muitas vezes, foram preenchidos com louvor. O maior problema encontrado foi o domínio da língua portuguesa.


Não é novidade que a Educação no país anda doente. Seja ouvindo a boca do povo em pesquisas de opinião, em análises de especialistas ou em testes internacionais feitos com estudantes o diagnóstico sempre aponta que o caso é grave e há tempos está na UTI.


Dados do Programa Internacional de Avaliação dos Estudantes (Pisa) realizado pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), apontam que os estudantes brasileiros não são muito chegados em leitura. Tanto é que ocupou o 55º lugar no ranking, atrás de países como Chile, Uruguai, Romênia e Tailândia.


Não é à toa que o país ficou em 8º lugar entre os países com maior número de analfabetos adultos em relatório divulgado no início do ano pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
Entre reportagens e pesquisas, o Brasil revela um dado assustador, estamos esgotando as nossas fontes de profissionais qualificados. Construir um país de analfabetos ou pior, estudantes que ao final de um curso superior não conseguem compreender um texto simples ou escrever corretamente algumas palavras comuns da língua portuguesa, merece um alerta vermelho.


Mais que não ter conhecimento do idioma, as dificuldades com leitura e escrita revelam uma característica óbvia nesses profissionais: as poucas condições para compreender e interpretar atividades e construir uma comunicação qualificada dentro das empresas.


Os diversos cursos técnicos espalhados em instituições por todo o país e endossados pelo Governo podem até proporcionar melhores oportunidades de trabalho para muita gente. Mas, ainda sim, o mercado grita por profissionais qualificados. Tanto é que muitas empresas, especialmente as de grande porte estão realizando investimentos em cursos para suas equipes com o objetivo de suprir as suas demandas.


O mercado já deu o alerta. Uma educação de baixa qualidade não se adequa mais à nova realidade de mercado que tem se tornado cada vez mais dinâmico e seletivo. Falta agora a população perceber que qualificar a educação é o melhor caminho para a construção da sua cidadania e o exercício de seus direitos.