Empresas sociais: um modelo de negócios sustentável


Imagina um modelo de negócio em que o empreendedor se preocupa com o impacto ambiental de suas atividades e ainda tem como objetivo proporcionar o desenvolvimento das classes sociais de baixa renda. Esse é o negócio social, que surgiu por volta dos anos 1970 em Bangladesh, na Ásia.

 

Os negócios sociais funcionam em rede e por meio de parcerias. Seus investimentos não dependem de doações ou apoio financeiro de órgãos governamentais e, ao contrário dos negócios tradicionais que visam o lucro para gerar dividendos a seus acionistas, os negócios sociais reinvestem seus lucros para a melhoria de seus produtos e serviços, que são ofertados por um preço bem acessível, visando afetar positivamente cada vez mais pessoas. Uma empresa social não pode ser confundida com uma ONG (Organização Não Governamental).

 

O maior incentivador de negócios sociais no mundo é Muhammad Yunus, o pioneiro dos serviços sociais e do microcrédito no mundo. Fundou em Bangladesh um banco que fornece crédito a pessoas de baixa renda, o Grameen Bank que acaba de desembarcar aqui no Brasil. A taxa de juros pelo microcrédito, valores de empréstimos em torno de U$200,00 não é tão baixa, 20% a 25% ao ano, mas acessível ao tomador e visa desenvolvimento econômico da parcela da população mais carente de Bangladesh. Yunus também fundou dezenas de empresas em seu país, a maioria voltada para a promoção de serviços sociais. No ano de 2006, Yunus foi contemplado com o Prêmio Nobel da Paz.

 

Esse modelo de negócio pode ainda ser dividido nos mais variados segmentos, tais como tecnologia, saúde, arte, cultura, artesanato, educação, entre outros. Um exemplo de negócio social no Brasil é o Centro de Aprendizagem e Monitoramento Social – CAMP, situado na zona sul da cidade de São Paulo. O CAMP atua no seguimento educacional e seu objetivo é preparar adolescentes de baixa renda para o mercado de trabalho. Pelo mundo também temos outros negócios sociais, como a Sarvajal, na Índia, que fornece água potável por um preço justo para a população carente daquele país. Na África temos a Ecotact, em Nairóbi, capital do Quênia, que atua no combate à falta de higiene.

 

O mercado brasileiro de negócios sociais é ainda muito novo, se comparado ao mercado de outros países, como em Bangladesh, por exemplo. No Brasil, as empresas sociais operam como em qualquer outro lugar do mundo, através de uma rede de parcerias. Existem algumas barreiras, a principal talvez seja a formalização do negócio, mas em contra partida existem diversas entidades que incentivam a operação de empresas sociais, ajudando o empreendedor social a contornar as barreiras existentes.

 

O mundo que tão sonhado por muitos, onde não há diferenças sociais está se modelando aos poucos. São empreendedores sociais que dedicam o seu negócio para o bem da sociedade que estão colaborando bastante para o desenvolvimento das classes mais baixas, preocupando-se somente em não proporcionar impactos negativos ao meio ambiente, mas também em compartilhar mais em contraponto a enorme individualidade que permeia em seus sujeitos, como afirma Durkheim (2002).

 

Esperança? Sim.

 

Um mundo mais justo e igualitário que de fato propicie oportunidade a todos está se modelando aos poucos.

 

Quando? Depende de cada um de nós...