Wisdom of the Crowd: A Sabedoria das Multidões


O conceito de Wisdom of the Crowd surgiu em um livro publicado por James Surowiecki em 2004. Intitulado “The Wisdom of the Crowd” (Sabedoria das Multidões), ele enfatizou que as melhores decisões não são tomadas sozinhas, mas sim em grupos. Ele destaca que uma escolha feita em grupo é melhor do que qualquer escolha feita de forma individual.

 

A teoria ganhou notoriedade no mundo corporativo e tem sido utilizada para debater diversas questões dentro das empresas com o objetivo de apontar as melhores ações e práticas a serem adotadas para se alcançar ou manter o sucesso. Existem, atualmente, três principais tipos de Sabedoria das Multidões: Conhecimento, Coordenação e Cooperação.

 

O primeiro diz respeito a teoria de que um grupo de pessoas possui muito mais conhecimento do que algum especialista isolado. Quando juntamos várias pessoas com o objetivo de tomar alguma decisão, estamos misturando diferentes tipos de conhecimentos e culturas com a finalidade de encontrar o melhor caminho a seguir.

 

A Coordenação na Sabedoria das Multidões significa que todos devem caminhar no mesmo sentido. É responsável por fazer todas as pessoas pensarem juntas sem causar conflitos entre si, isto é, divergências. Esse tipo de sabedoria proporciona às pessoas trabalharem de forma coordenada rumo a um objetivo.

 

Por último, Cooperação quer dizer que não existe uma hierarquia rígida na Sabedoria das Multidões. Prioriza o trabalho cooperado, isto é, em conjunto. Em uma cooperativa, por exemplo, não existem empregados e sim colaboradores na instituição.

 

Para muitas empresas ou mesmo um grupo de pessoas atuantes em projetos, há grandes vantagens de se implantar a teoria James Surowiecki, como a produção de conhecimento e agilidade na tomada de decisões. Além disso, a cooperação proporciona mais flexibilidade nos relacionamentos corporativos e o surgimento de ideias inovadoras.

 

Mas nem todos são adeptos da Sabedoria das Multidões e consideram a teoria pouco vantajosa por muitas vezes gerar, na prática, debates em excesso, conflitos e divergências. No final, ao invés de contribuir para a tomada de decisões mais rápidas, acaba por tumultuar e prolongar em demasia as deliberações.

 

De forma concreta, temos diversos exemplos reais de aplicações da Sabedoria das Multidões, de forma estendida, ampliada, especialmente na política, como o plebiscito e o referendo.

 

O plebiscito é considerado uma forma muito democrática de um país tomar suas decisões, pois, consulta previamente a população para a posterior elaboração da lei. Por sua vez, o referendo discute e aprova uma lei e os cidadãos são convocados para serem contrários ou favoráveis.

 

No mercado, as empresas têm se apropriado desta teoria. Muitas vezes recorrem à troca de informações e experiências para solucionar problemas e desenvolver novos produtos. Startups lançam aplicativos no mercado e buscam na inteligência e conhecimento coletivo o aprimoramento de seus produtos. As vantagens são o baixo custo com testes e a entrega de um aplicativo que realmente atenda às necessidades dos usuários.

 

Com prós e contras, uma coisa é certa. As pessoas cada vez mais disseminam e compartilham informações em uma via de mão dupla, na qual ao mesmo tempo em que contribuem também recebem novos saberes.

 

Enfim, como reza a Sabedoria Popular, tudo é uma questão de aplicar a receita na dosagem certa.