Você está preparado para as novas regras de crédito?


Começou na última semana (03/04) a nova regra para o uso de créditos rotativos para cartão de crédito. Com a medida, o governo espera diminuir o índice de inadimplência que essa categoria vinha enfrentando.

 

   A medida foi anunciada no último mês de 2016 para que os bancos tivessem o tempo necessário para adaptar as mudanças no sistema. A inadimplência no rotativo do cartão é alta, com cerca de 37% para pessoas físicas e até 59% para as jurídicas.

 

   A fim de diminuir esse índice, a nova regra funciona dessa maneira: o saldo devedor dos clientes não poderá mais ser financiado por meio de crédito rotativo por mais de um mês por parte das administradoras de cartão de crédito.

 

   Calculando pela diferença entra a taxa de juros mais cara da modalidade rotativa com a mais barata da modalidade parcelada, analistas estimam que, em até um ano, o cliente poderá economizar 50% do que gastaria, mas também reiteram: o real impacto da mudança só poderá ser mensurado a partir de maio, quando a mudança realmente começará a fazer diferença.

 

   Otávio Damaso, diretor de regulamentação do Banco Central, atribui o alto índice de inadimplência ao valor excessivo dos juros rotativos. A medida, originalmente divulgada pelo Ministro da Fazendo, Henrique Meirelles, ajuda o endividado a ponderar sobre quando conseguirá quitar sua dívida, pois o rotativo, ao ser renovado constantemente, além de aumentar o valor a ser pago de maneira exacerbada, não oferecia perspectiva de saída o endividamento.

 

   A medida possui cunho de ajudar a economia do Brasil a se fortalecer nesse tempo de crise. A perspectiva de saída do endividamento possibilita mais dinheiro “sobrando” ao cidadão, até então endividado, elevando seu poder de compra e fazendo o capital circular. Nosso princípio econômico vigente diz que quando o dinheiro não circula, a economia se estagna e tanto o país, como a população se endividam.

 

   Tudo, porém, não passa de especulação. A real mudança só poderá ser sentida a longo prazo, quando já estiver instalada a tempo suficiente de realizar alguma mudança em nosso cenário financeiro.

 

   Até lá, os bancos e as pessoas devem ficar atentos ao fato e se prepararem para as mudanças. Não se deve, porém, se assustar, pois as perspectivas são boas, para a economia do país e para o bolso do brasileiro.