Para entendermos e falarmos sobre negociação, precisamos entender antes de qualquer coisa a dinâmica do mercado. Temos que desenvolver a capacidade de prever as mudanças do mercado através de estudos baseados em acontecimentos políticos em escala local, nacional e mundial, além de acompanhar também a movimentação das grandes empresas privadas: como estas têm se comportado e onde têm investido?
Há algumas semanas eu falei com vocês sobre a Economia Circular, um modelo econômico de reaproveitamento de insumos e que evita ao máximo o desperdício de materiais a serem descartados na natureza. Em consonância com a economia circular, vemos mais duas tendências ganharem força: economia colaborativa e produtos artesanais.
O reaproveitamento, nos próximos anos, deverá deixar de ser uma alternativa para se tornar uma obrigação, e com isso esses nichos do mercado que iniciaram as atividades com uma certa timidez, devem ficar ainda mais modernos e ganharem força.
Economia Colaborativa:
Você já notou como os aplicativos de compartilhamento têm feito sucesso? Desde veículos de transporte, como carros e bicicletas, a quartos e até financiamentos: tudo é possível fazer de forma colaborativa, ou seja, contando com um grupo de pessoas que, muitas vezes, nem se conhecem.
Esse conceito tem tudo para crescer nos próximos anos também por questões econômicas, afinal de contas, essas alternativas acabam gerando economia para uns e significando renda para outros, mas existe um fator interessante que também é importante para o fortalecimento dessas práticas: a consciência ambiental. Poder aliar o fator “economizar” com o fator “ajudar o planeta” pode trazer ótimas vantagens.
Uma pesquisa feita pela consultoria PwC, em 2016, previu que a mudança no comportamento individualista, para o comunitário, movimentará até 2025, 335 bilhões de dólares.
Produção artesanal:
Uma outra tendência advinda de fatores como: consciência ambiental, baixa de vagas no mercado formal e necessidade de desacelerar, entre outros, tem movimentado o mercado e aquecido os motores da economia local e regional: A produção artesanal.
É cada vez mais comum encontrar produtos como cervejas, queijos, sabonetes, roupas, artigos para decoração, móveis e muitos outros produzidos por pessoas da própria cidade e da região. E isso nós não vemos mais apenas nas ruas ou no centro das cidades, pois as páginas das redes sociais e os apps e sites de compra e venda estão cheios deles.
Se há demanda de ofertas, é porque também há procura por esses produtos, e essa é uma realidade: cada vez mais as pessoas querem objetos personalizados, principalmente nos tempos onde tudo é digital e parece ser produzido em grande escala, seguindo padrões.
Se antes as prateleiras dos grandes supermercados e lojas ofereciam produtos diversificados, hoje pessoas de todos os lugares oferecem também alternativas de produtos sem o comprador nem ter que sair de casa. É possível optar pelos ingredientes que mais te agradam e ainda fortalecer a economia local.
A previsão é que técnicas e matérias primas sejam aprimoradas e apresentem cada vez mais qualidade.
Capacidade de negociação
Se o mercado se reinventa, o negociador – tanto quem compra, quanto quem vende – também tem que se reinventar. Entender de acordos comerciais, políticos e conhecer técnicas de negociação será indispensável para crescer e se estabelecer com segurança no mercado. Aliás, neste ponto já não há tantas novidades, afinal de contas, permanece e se destaca no mercado quem tem capacidade de negociação.