O brasileiro sempre teve certa tendência para o empreendedorismo. O sonho de ter o próprio negócio na maioria das vezes está ligado ao fato da independência pessoal, melhor perspectiva de renda e a possibilidade de um futuro mais tranquilo.
Tamanho apreço pelo empreendedorismo tem conquistado cada vez mais adeptos nos últimos tempos, especialmente entre os jovens, que estão deixando de lado a busca por carreiras em grandes empresas para tomarem conta do próprio negócio.
Muitos fatores externos contribuíram para este cenário nos últimos tempos. Hoje, o brasileiro tem mais escolaridade e acesso ao conhecimento, condições que permitem buscar novas oportunidades e desenvolver seus talentos. A comunicação também está mais dinâmica, permitindo às pessoas trocarem mais experiências e informações.
Em termos jurídicos, a criação da Lei Geral da Micro e Pequena Empresa e do Simples Nacional(que reduziram consideravelmente a burocracia e a carga tributária) somada à implementação do Microempreendedor Individual, foram determinantes para que cada vez mais pessoas viessem a investir no próprio negócio.
Tais condições estão fortalecendo o espírito empreendedor da juventude. Uma pesquisa realizada pela Fundação Getúlio Vargas no final de 2013 aponta que 80% dos jovens querem desfrutar de uma carreira empreendedora nos próximos dez anos e 56% querem se tornar empreendedores no prazo de dois a quatro anos.
O perfil do jovem atual também passa por transformações. Hoje, ele tem interesses múltiplos e sabe lidar com mais de um assunto. Também é hábil na comunicação, constrói relações interpessoais facilmente e domina com desenvoltura as novidades tecnológicas.
A ousadia, o dinamismo e o interesse por desafios também são características constantes no do atual jovem brasileiro. Muito conectado e ávido por informação, se atualiza constantemente, permanecendo sempre ligado nas novas tendências de mercado. Com energia de sobra para trabalhar e sem medo de enfrentar desafios, prioriza sua atenção em projetos voltados para a inovação.
O melhor disso tudo é que os atuais empreendedores estão mais conscientes sobre qual tipo de negócio investir. Dados de uma pesquisa feita pelo Global Entrepreneurship Monitor (GEM) apontam que 71% dos brasileiros em 2103 tomaram a iniciativa de abrir uma nova empresa por perceber uma oportunidade. Em 2002, o cenário era outro e apenas 42% tinham essa visão de mercado. Os demais abriam um negócio por necessidade, principalmente após perder o emprego.
Os jovens estão demonstrando que já deixaram de ser o futuro e estão determinando o presente. Eles reinventam negócios, quebram paradigmas e ultrapassam a burocracia pra colocar em prática os seus sonhos. Tamanha determinação colocará o Brasil em outro patamar no mercado, elevando a economia nos próximos anos.
Mas para isso se concretizar, é necessário que se quebre algumas barreiras e a primeira delas seria envolver os jovens em grandes discussões. Deixar que essa geração exponha seus anseios e necessidades, fazendo parte de debates para a construção de ações, para assim abrir espaço para formação de jovens lideranças. Iniciativas dessa natureza já ocorrem, não somente nas grandes capitais, mas também em cidades polos de desenvolvimento regional, exemplo do caso de Uberlândia, no Triângulo Mineiro, onde florescem as ações do COJEM- Conselho de Jovens Empreendedores ligados à Associação Comercial-ACIUB e da Liga Empreendedora que congrega jovens universitários que querem ou já estão desenvolvendo seus próprios negócios.
É sabido que somos um povo criativo que certamente com a dosagem certa de ambição e ética, somada a um ambiente propício com instituições fortes, nos levará ao patamar de desenvolvimento almejado por todos.