Perdas de dados das empresas: não investir em proteção é garantia de prejuízo


Não podemos negar que a era da informatização é hoje tão comum nas empresas quanto os antigos escaninhos e imensos arquivos físicos já foram um dia. O mundo todo está informatizado e quem quer realmente se manter bem posicionado num mercado altamente competitivo deve sempre acompanhar tecnologias que não apenas inovam a forma e as relações de trabalho, mas também promovam agilidade e melhora na produtividade com a facilidade de transmissão de dados e comunicação dentro e fora do ambiente institucional.

 

As empresas brasileiras conheceram a tendência mundial de informatização em 1990, porém nesta época, apenas as grandes empresas e as multinacionais conseguiam investir nos altos custos de aquisição de equipamentos de informática. Entretanto, nos últimos 10 anos, a utilização da tecnologia da informação, a TI,  deixou de ser algo supérfluo e de luxo para se tornar uma necessidade muito mais acessível diante dos grandes avanços tecnológicos mundiais.

 

Atualmente, uma tendência similar àquela ocorrida na década de 90 voltou a assolar todo o mercado de trabalho. A preocupação que antes era tornar o seu negócio informatizado para manter a competitividade e crescer, hoje paira na proteção dos dados que já foram informatizados a fim de evitar prejuízos financeiros e manter o sucesso dos empreendimentos.

 

Toda essa preocupação tem embasamento em muitos levantamentos, como o Global Data Protection Index, realizado no final de 2014 pela EMC em parceria com a empresa de pesquisa de mercado Vanson Bourne. Este estudo consultou 125 organizações no Brasil e constatou que a perda de dados e outros problemas de TI – como interrupções ocasionadas por falhas de hardware ou software e até mesmo apagões – causaram prejuízos superiores a R$ 66 bilhões no país nos últimos 12 meses, além da perda de produtividade e atraso no desenvolvimento de serviços e produtos. No âmbito mundial o prejuízo financeiro alcançou US$1,7 trilhão (cerca de R$ 4,3 trilhões).

 

Para casos inesperados, a indicação mais simples para proteção dos dados é o backup, todos nós sabemos, mas há outras inúmeras soluções muito mais eficazes e realmente seguras, como aplicativos de arquivamento com políticas de retenção ou replicação interna, servidores virtualizados ou de reserva e backup com desduplicação e replicação interna, por exemplo. Porém, no Brasil, apenas 0,48% das organizações pesquisadas pela EMC, maior parte representada por instituições financeiras, adotam estas melhores práticas de proteção, consideradas de vanguarda; e cerca de 44,6% estão no nível mais baixo de proteção com a utilização de arquivamento e backup em fita - um método que se apresenta frágil, ineficiente e obsoleto.

 

Comparando os dados dos 24 países analisados, a situação se apresenta mais crítica para os empreendedores brasileiros do que para outros países da América. Em uma escala de 0 a 100 no quesito maturidade estratégica de proteção de dados das empresas o Brasil ficou com 29,1 pontos contra 37,6 dos E.U.A., 34,4 do México e 31 do Canadá.  Mas tem gente boa em pior situação. Estamos à frente do Japão (26,9), Turquia (27) e Emirados Árabes (27,3).

 

Entretanto, a maior preocupação ao analisar os dados do Brasil não está somente na proteção de dados em si, mas na estagnação na procura de novas formas de proteger a informação e disposição em fazer investimentos para que isso aconteça.

 

Estudos apontam que a proteção de informações figura entre as prioridades das pequenas e medias empresas. Percebe-se que neste tema pairam muitas dúvidas e desconfianças. O Boston Consulting Group aponta que a segurança de dados é percebida com preocupação por apenas 60% das empresas líderes de tecnologia da Informação. É que cada vez mais os dispositivos móveis são utilizados com acessos ao largo de sistemas de proteção altamente rígidos. Corre-se o risco em prol da agilidade e competitividade empresarial.

 

Com todos os dados e análises do Global Data Protection Index, podemos observar também que as micro e pequenas empresas são as mais vulneráveis à perda de dados empresariais. Portanto, a adoção de soluções já disponíveis no mercado ou contratação de um profissional de TI, para as menos estruturadas, se fazem necessário para a montagem de uma rede segura, com a melhor solução de backup disponível (online e local) e facilidade para a recuperação de arquivos em caso de imprevistos.

 

Novas alternativas de armazenamento surgem a cada momento trazendo menores custos e rapidez, como é o caso da tecnologia de nuvem. Bem, com toda sua sofisticação e complexidade, este será assunto para uma matéria à parte.