Recentemente, fiz uma profunda reflexão sobre o papel dos líderes na gestão de negócios e percebi que estão cada vez mais conectados com diversos aspectos.
De uma forma geral, estabelecemos relações interdependentes entre nós, a equipe, a empresa, os clientes, os fornecedores, os parceiros, a sociedade, a natureza e, acima de tudo, conosco mesmos. Essa compreensão torna-se crucial para tomadas de decisão conscientes, buscando retorno econômico positivo sem prejudicar algo ou alguém, seja o impacto negativo na natureza ou na nossa saúde.
E o que acontece é que não adianta tentar lidar com desafios e problemas atuais com uma mentalidade do passado. É preciso mudar essa consciência humana para, depois, entender como atuar.
Assim, uma organização regenerativa deve assumir a responsabilidade pela mudança, não se contentando com apenas cumprir obrigações legais. Dessa forma, ela sai da conformidade e passa a atuar com autorresponsabilidade.
Logo, a liderança regenerativa se baseia nos campos multidisciplinares da teoria da complexidade, na cibernética, psicologia do desenvolvimento, teoria de sistemas, ciência holística e muito mais.
Como líderes regenerativos e comprometidos com a geração de valor para nossos negócios, sociedade e planeta, questionamos o impacto de nossa liderança nas vidas das pessoas, reconhecendo que operamos em um sistema econômico em que a "conta não fecha".
Produzimos excessos, aquecendo o planeta, poluindo o solo e o ar, enquanto enfrentamos escassez no bem-estar humano físico, mental e emocional. Entre os limites naturais do planeta e o bem-estar humano, está a forma como escolhemos gerar e gerir valor neste sistema econômico complexo.
É imperativo construir um mundo sustentável, onde cada setor contribua para a regeneração da Terra, promova o bem-estar humano e sustente uma circulação financeira saudável para todos.
Acredito que o primeiro passo para isso é aceitar a necessidade de construir uma visão de mundo integrada, incluindo a todos, inclusive a nós mesmos. A partir daí, enfrentamos desafios práticos, como estabelecer a Materialidade ESG da empresa para compreender os temas mais relevantes em seu impacto na sociedade e na natureza.
Comprometemo-nos com a descarbonização das operações, adotamos modelos de negócios mais circulares, utilizamos instrumentos financeiros sustentáveis, influenciamos cadeias de valor para se tornarem mais sustentáveis e empregamos tecnologia para acelerar processos, além de criar culturas diversas e regenerativas em nossas equipes.
Dessa forma, conseguimos nos desenvolver como líderes regenerativos, compreendendo nossa atuação no contexto geral, enquanto colhemos os frutos dos compromissos estabelecidos nas empresas. Vamos avançar, mas com a devida consideração, pois a urgência não deve comprometer a qualidade do processo.