O ESG com foco na responsabilidade social abrange a relação da empresa com seus colaboradores (políticas e relações trabalhistas), clientes e sociedade. Estão incluídos aqui, por exemplo, os esforços da companhia para manter trabalhadores leais e clientes satisfeitos.
Aspectos relacionados à diversidade, inclusão e envolvimento dos funcionários também são considerados, como o respeito aos direitos humanos e à proteção de dados pessoais.
Vejamos alguns aspectos que podem dar uma visão mais clara sobre esta responsabilidade:
Empenho com o bem-estar dos colaboradores;
Programas de qualificação dos colaboradores;
Benefícios aos funcionários;
Clareza e comprometimento com sua Cultura Organizacional;
Gestão de relacionamento com os públicos.
A temática ESG está fortemente ligada à noção de stakeholder capitalism, ou capitalismo das partes interessadas. Agora, as empresas não devem se preocupar somente com seus acionistas e investidores, com o lucro a qualquer custo, mas impactar e gerar valor a todos aqueles que possam ser afetados direta ou indiretamente pelo sucesso da companhia, como os demais colaboradores, fornecedores, consumidores, comunidades locais e até mesmo o governo e concorrentes.
Dados publicados pela XP mostram que globalmente, mais de US$30 trilhões em ativos sob gestão (AuM, sigla em inglês para “Assets Under Management”) são gerenciados por fundos que definiram estratégias sustentáveis. Só na Europa são US$14,1 trilhões, equivalente a mais de 50% do AuM total do continente, enquanto nos Estados Unidos esse número já representa 25%.
O tema ESG apenas ganhou força no Brasil depois de muito já ter sido discutido em outros países. Consequentemente, o movimento aqui, quando comparado ao cenário internacional, ainda é tímido.
Segundo uma pesquisa realizada pela ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), grande parte dos gestores entrevistados consideram o potencial impacto de questões ESG em seu processo de investimento.
Apesar disso, somente uma pequena parte conta com uma área específica (11%) ou com funcionários diretamente envolvidos (18%), enquanto menor ainda é o número daquelas que adotam um comitê específico para avaliar investimentos ESG (5%).
Mesmo assim, o mercado tem avançado em importantes questões sobre o tema. O mesmo levantamento da ANBIMA mostra que, além dos gestores que possuem alguma política (21%) ou documento voltado para as questões ESG (27%), parte deles declararam que estão estruturando um documento em relação ao tema (20%).
Portanto, a ESG precisa fazer parte dos objetivos estratégicos e apresentar uma geração de valor ao negócio. Sendo assim, não será mero modismo, mas busca constante. E a empresa será a principal responsável por identificar a cadeia de valores da ESG dentro das atividades.