Computação Cognitiva: o futuro não está mais próximo, ele chegou!


Há tempos que os computadores auxiliam os seres humanos em suas atividades, sejam profissionais, de lazer, aprendizado entre outras. Os computadores já passaram por diversos graus de evolução, das calculadoras, há 500 anos A.C., que facilitavam o calculo diário dos comerciantes, astrofísica, navegação e na construção civil, até os smartphones nos tempos atuais, constantemente presentes na nossa vida.

A história da computação está longe do seu fim. Neste século presenciamos o surgimento de um novo modelo de computação, com máquinas que vão além do básico, ou seja, calcular e executar linhas de códigos. A este modelo de computação denominou-se computação cognitiva.

A computação cognitiva é um conjunto de softwares e hardwares que conseguem captar, analisar e interpretar situações diversas semelhantes ao cérebro humano por se basear na criação de algoritmos sofisticados que proporcionam à máquina aprender e informar com base em conhecimento acumulado.

Para que esta máquina possa analisar toda informação recebida é necessário entender a linguagem passada por esta informação. A este aprendizado denomina-se de computação semântica - processamento da linguagem natural (linguagem humana) de forma entendível ao computador.

A IBM é a empresa pioneira no desenvolvimento desta tecnologia. Através dela, foi apresentado ao mundo, em 2007, o Watson, a mais avançada máquina de pensar da atualidade, que foi construída pautado na computação cognitiva. Este  megacomputador foi projetado no intuito de revolucionar a computação, auxiliando os seres humanos em diversas áreas nas quais a tomada de decisão é algo crucial, tais como a medicina e áreas de gestão.

Para ter uma ideia,  ele compreende a linguagem humana, a qual é cheia de nuances semânticas e totalmente desorganizada. Através disso, é possível  levantar hipóteses e avaliar situações. Por fim, ele aprende com base em evidências e resultados, ou seja, a cada novo resultado a máquina  se torna mais inteligente.

Isso vem quebrar os paradigmas de que os computadores poderiam substituir várias atividades humanas, mas outras não. Aquelas que envolvessem percepção sensorial, conhecimento conceitual e reconhecimento de  padrões permaneceriam como tarefas exclusivas dos seres humanos. Aquilo que fosse passível de ser expresso por meio de instruções escritas ou orais e podendo ser programáveis poderiam ser assumidas pelos computadores – o conhecimento explícito. Já aquilo que fazemos e não sabemos definir claramente como fazemos – conhecimentos implícitos continuariam como tarefas nossas por serem inerentes ao ser humano. Podemos citar como exemplos o prato gourmet de um chef ou uma ultrapassagem de um piloto de corrida.

Mas estas barreiras estão caindo rapidamente como o carro da Google e o sistema Siri da Apple em linguagem natural.

 

 Na área médica, o Watson tem auxiliado no tratamento de doenças, principalmente o câncer. Segundo pesquisas, especialistas médicos são capazes de armazenar somente 20% do conhecimento para prescrever diagnósticos no tratamento de doenças. Atualmente, existem aproximadamente 800 tipos de tratamento de câncer, algo praticamente impossível de ser processado por seres humanos. Com seu apoio, os médicos têm de prontidão informações precisas acerca do diagnóstico de cada paciente e com isso podem prescrever tratamentos mais eficazes. Mas a Computação Cognitiva vai além como, por exemplo, no campo do direito onde uma pesquisa que demandaria uma legião de estagiários seria assumida por um sistema cognitivo que analisaria milhões de informações de casos semelhantes e sugeriria uma linha de ação num piscar de olhos.

 

Além da áreas médica e jurídica, a computação cognitiva auxiliará também o varejo, na interação com seus consumidores, com análises de mercado e comportamento. No mercado de viagens, por exemplo, o software poderá desenvolver guias informativos sobre rotas e dados dos destinos. No mercado financeiro, com dicas de investimento e análises de ativos, retornos e composição de carteiras dando apoio ao melhor desempenho de investidores.

Também no mercado de trabalho, ele pode fornecer informações às empresas e às pessoas que estão em busca de novas oportunidades. Também oferecerá um suporte magnífico para a área mercadológica, disponibilizando informações às empresas sobre hábitos de seus consumidores e a eficiência de seus negócios.

 

Esperam-se grandes mudanças para a sociedade com o desenvolvimento e difusão de computadores cognitivos, tais como o Watson.

Outra influência relevante ocorre mercado de trabalho. As consequências daí advindas serão imprevisíveis e vêm revolucionar inclusive a vida das empresas, mudando drasticamente as tarefas rotineiras por meio de aplicações inteligentes que permitirão a implementação de soluções operacionais capazes de sofisticar cada vez mais os negócios. A maneira de se produzir certamente mudará e com isso surgirão novas profissões. A  forma como a sociedade é organizada também poderá ser alterada, pois teremos maior conhecimento prévio do comportamento humano. As regras morais, legais e éticas certamente não serão mais as mesmas e deverão  sofrer ajustes.

Entre tantas possibilidades vistas com essa inovação tão surpreendente, uma coisa é certa: a computação cognitiva, bem como este seu mais atual representante acima mencionado, , vem para auxiliar o ser humano na sua escala evolutiva. A dúvida agora é até quando será benéfica para a sociedade. A resposta com certeza não será “elementar, meu caro Watson!”.