Idade e mercado de trabalho: dilemas enfrentados por cada faixa etária


As previsões econômicas para 2015 não são nada animadoras no Brasil. O baixo crescimento econômico em conjunto com outros fatores, tais como inflação e aumento dos impostos refletem direto para quem está em busca de emprego no país.

 Em um momento delicado como o que estamos vivenciando, mais jovens sairão à procura do primeiro emprego e isso acarretará um aumento de 6% no nível de desemprego da PEA (população economicamente ativa), segundo Walter Maciel Neto, diretor executivo da Quest Investimentos.  Em contrapartida, o cenário para o mercado de trabalho, que já estava em estado de alerta desde o ano passado, viu nestes primeiros meses de 2015 a situação piorar com os grandes escândalos  de corrupção que já estão afetando fortemente os setores da economia ligada ao petróleo  e já passam a impactar diretamente nos níveis de emprego ao causar demissões em massa, como está acontecendo também  no setor automotivo.

 

Neste contexto, muitos estarão à procura de emprego no ano de 2015 e, além das dificuldades apresentadas pela crise financeira, ainda terão que sobressair diante dos demais brasileiros e enfrentar outro dilema habitual, como a discriminação devido a idade, um problema que afeta todas as faixas etárias, cada uma delas com suas respectivas consequências negativas.

 

Para ilustrar este importante fato social, e para que a idade não seja uma barreira na busca por um lugar ao sol, veja alguns empecilhos apresentados em cada faixa etária e como superá-los com maestria.

 

 

Aos 20 anos

A busca pelo primeiro emprego é árdua, pois a falta de experiência e formação são grandes barreiras. Para driblar tal dificuldade, procure empresas que disponibilizam vagas para recrutamento de jovens trainees e estágios e comece o quanto antes a se preocupar em construir um bom currículo com variados cursos. O ímpeto da juventude deve ser canalizado para o foco e vontade de aprender com paciência para absorver a experiência necessária.

 

Aos 30

Mesmo com a escassez de mão de obra qualificada, muitos setores da economia ainda resistem na contratação de jovens recém formados, portanto procurar por um MBA ou pós-graduação será um diferencial muito desejável na medida em que a qualificação é o ponto chave para quem está nessa idade se destacar. Para aqueles de nível mais técnico ou tarefas de nível médio busque se especializar naquilo que você gosta de fazer. Vocação com capacitação é um binômio imbatível.

 

Aos 40

Estar desempregado aos 40 é um grande contratempo na vida de qualquer profissional, por isso é importante se manter ativo e estar sempre atualizado, participando de cursos, palestras principalmente sobre as competências que ainda precisa desenvolver e novas tecnologias do mercado de trabalho como também da sua área.

É a fase áurea do amadurecimento adquirido com a experiência aliado ao vigor intelectual.

 

Aos 50

Voltar a ativa depois dos 50 pode ser também complicado, afinal a idade certamente começa a pesar nessa faixa etária e o preconceito já permeia os processos de contratação. Mas ter visão e ampliar seus horizontes pode ser muito eficaz na busca por um novo emprego. Sendo assim, busque por uma reciclagem profissional para atualizar seus conhecimentos dentro da sua área e faça sempre o necessário para que as habilidades e experiência adquirida seja sempre mais interessante do que uma mera data de nascimento.

 

 

60 anos ou mais

A idade média dos brasileiros aumenta a cada ano e os considerados idosos, com idade acima de 60 anos, estão cada vez mais ativos em todos os sentidos, principalmente econômico. Porém este é o profissional que mais tem dificuldade de retornar ao mercado de trabalho pois as empresas os consideram apegados demais àquela forma de trabalho que desempenhavam antes e que com o avanço tecnológico terão grandes empecilhos na adaptação aos novos modelos de trabalho e novidades.

 

Para acabar com este preconceito, o melhor a se fazer é estar sempre disposto a aprender e não ser resistente às mudanças e novidades atuais, para que com isso todas as competências e a valorizada experiência de mercado se sobressaiam.

 

Com a exposição de todos esses dados, a ideia central que permanece independente da faixa etária, repousa no fato de que o essencial na vida profissional  é a busca incessante pelo o conhecimento e o maior empecilho é a inercia, portanto permaneça sempre caminhando rumo ao sucesso. Ficar idoso é inevitável. Ficar velho é opcional.

 

Afinal como alerta o filósofo Mario Sergio Cortella. “As pessoas velhas acreditam que não precisam aprender. O velho é reativo, o idoso é pró-ativo. O idoso tem idade, mas tem vitalidade e continua em processo de aprendizado, tem valor.”

 

Um ditado africano diz que quando um idoso morre, é uma biblioteca que se vai.