Como o protecionismo afeta a economia nacional e como o lobby se insere nesse contexto?


Proteger a economia de um país é algo que pode ser entendido de diversas formas. Porém, o protecionismo é um termo que traz consigo uma grande bagagem de polêmicas e discussões a respeito de um assunto muito específico: a proteção da economia interna de um determinado país da competitividade internacional. Para recortar melhor o assunto, é válido esclarecer que com isso podemos entender: a proibição de que um país importe itens que são produzidos por empresas nacionais, para que assim o consumidor seja forçado a consumir o produto nacional.


Sob certa ótica, o protecionismo pode funcionar. Porém, é importante pensar sempre no equilíbrio e no curto prazo. O caso do Brasil é bastante controverso, visto que a lista de produtos que podem ser importados é muito menor do que a de produtos proibidos. Sem previsão de liberação desses produtos, as empresas nacionais aumentam sua receita sem fazer por onde, fornecendo ao consumidor produtos de qualidade mediana. Ora, se não há concorrência, há incentivo e uma demanda forçada, não há porque investir em mais qualidade, certo? Sendo assim, o que se pode concluir é que o protecionismo acaba por prejudicar todo o mercado consumidor de um país. Não é à toa que o Brasil tem reputação de ser um país no qual as pessoas pagam caro para consumir produtos de baixa qualidade.

 

O lobby no contexto protecionista

 

Engana-se quem acredita que as empresas não têm plena noção desse cenário e de como tirar cada vez mais proveito dele. Usufruindo do poder de mercado que possui e que aumentam ano após ano, fazem lobby, ou seja, forçam o governo a manter medidas de restrição à importação. A partir daí, tudo fica mais difícil, já que a luta pela mudança do status quo passa a ter dois obstáculos: um governo omisso e condescendente e a pressão do grande empresariado. O mercado nacional avança em marcha lenta, enganando-se a si mesmo com a própria mediocridade e quem sofre é o consumidor. Engana-se também quem acredita que a legislação brasileira está acima dessas grandes instituições. Na maioria dos casos, o judiciário é surpreendentemente flexível quando estamos falando de grandes empresas.

 

Eliminar o protecionismo de forma tardia e de forma drástica poderia trazer sérios prejuízos à economia nacional, causando inclusive graves ondas de desemprego. Não é um risco que vale a pena correr. Porém, dia após dia o governo debate pequenas medidas que poderiam se tornar no futuro uma mudança gradual e saudável para a questão da balança comercial, e, com isso, quebrar lentamente esse tabu de que “é bom exportar e ruim importar”.