Mudança de Atitude - Marco zero da Inovação


Fala-se muito em Inovação. Também pudera. O ato de inovar sempre esteve no cerne da humanidade e no cenário atual se torna peça-chave para o crescimento dos negócios, desenvolvimento econômico e social.

 

De tão falada, ora elogiada, ora criticada e tantas outras debatida, sofreu distorções. É muito comum confundir-se invenção e inovação.

 

Como definição, o Manual de Oslo (1997) aponta que inovação é “o conjunto de iniciativas científicas, tecnológicas, organizacionais, financeiras e comerciais que propiciam alcançar a realização de produtos ou de procedimentos novos e melhores.”

 

Portanto, o que diferencia inovação de invenção? A inovação introduz novidades que geram novas soluções e novos negócios. Invenção é materializar uma ideia, descobrir algo novo e geralmente nem há um objetivo comercial.

 

Existem várias possiblidades de inovar, as quais são classificadas em quatro modelos principais:

 

Produto: desenvolvimento de novos produtos ou aperfeiçoamento.

 

Processo: desenvolvimento de novos processos de fabricação.

 

Organizacional: implementação de um novo método organizacional, que pode ser uma nova prática de negócio da empresa, uma nova organização do local de trabalho ou nas relações externas.

 

Marketing: novos arranjos de financiamento, novas abordagens de vendas.

 

Apesar de bem estruturada em mercados mais avançados, a inovação no Brasil ainda tem um longo trajeto a ser percorrido. Em pesquisa realizada pela Global Innovation Index no ano passado com 140 países, o Brasil ficou em 70º lugar, atrás do Quênia e Uganda.

 

Por outro lado, quando comparado com países em desenvolvimento, o Brasil perdeu apenas para a China no quesito Qualidade de Inovação, conceito que corresponde à produção acadêmica e às patentes registradas.

 

O fato demonstra a grandeza do potencial pouco explorado que poderia ser aplicado em nossas empresas, melhorando entre tantos itens, a nossa competitividade.

 

E o que seria necessário para mudar esse cenário?

 

Primeiramente há um processo natural de maturidade da Inovação em nosso país. Por melhores que sejam as ideias, intenções e atitudes, isso não se faz da noite para dia.

 

Várias são as ações necessárias, mas que podemos resumir em três palavras: mudança de atitude.

 

Robert Sternberg, da Universidade de Yale, que estudou criatividade por 30 anos, identificou que todas as pessoas muito criativas escolheram isso em algum momento. Afinal como realizar mudanças comas mesmas atitudes?

 

Com a inovação no Brasil, acontece o mesmo. É necessário tomar novas atitudes se realmente quisermos visualizar um novo cenário no futuro. Do contrário, continuaremos com um grande potencial adormecido, à espera de que um milagre aconteça.

 

Se no setor privado nem todas as empresas tem atentado para isso como fator determinante da perpetuação dos negócios, imaginem na esfera pública onde o status quo da burocracia estabelecida sempre se apresenta como barreira quase intransponível.

 

Na experiência ora vivenciada na Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Inovação e Turismo da Prefeitura Municipal de Uberlândia, a mudança de atitude começou ao acrescentar-se o termo Inovação no nome da Secretaria, o que levou a estabelecer-se uma Diretoria de Inovação em sua estrutura funcional compreendendo duas áreas, uma que cuida dos Ecossistemas de Inovação e outra de Cidade Inteligente e Humana com a consequente descrição de suas atribuições constantes na lei de sua criação.

 

O primeiro importante passo estratégico foi dado, agora é implementar as ações táticas necessárias para transformar boas ideias em resultados efetivos.

 

Como disse Albert Einstein “a mente que se abre para uma nova ideia jamais voltará a sua dimensão original.” Esse é o desafio que se apresenta.